12 de junho de 2017

Tenho várias teorias sobre a demora. Ainda que o aguarde de modo displicente – de repente, ele está debaixo do meu nariz e não vi porque tô viajando nas gaivotas sobre a lagoa – tô aguardando e isso me leva a pensar. 

Já me disseram que Carlos não existe, mas eu duvido. Ele está a caminho. Vagarosamente. Resolvendo tretas pelas esquinas da vida pra chegar resolvido. Por que você sabe, né? A essa altura, temos muitas janelas pra fechar, muitos novos caminhos pra abrir. As amarrações que fazemos são tão densas que leva tempo e coragem.

Carlos, take your time – só chegue antes d’eu ter pentelhos brancos, ok?

Coragem, Carlos, eu não mordo (forte).

 

Aí, gasto meu tempo como? Analisando. Pensando o que pensar de Carlos. Afinal, quem é Carlos? Onde vive? Do que se alimenta? Eu poderia fazer um Globo Repórter destrinchando Carlos, esse mito.

Por exemplo:

Carlos mora na casa da mãe?

Foda. Não dá. Ou dá. Estranho apenas talvez. Tem que rolar aquela checada se, o motivo para tal arranjo, é um Édipo daqueles catatônitos ou transição. Tipo, se a mãe mostra as lingeries que usa com o pai ou padastro, miga, corre ligeiro porque é Édipo nível hardcore. Essa mamis é feroz. Mas pode ser apenas transitório.  A mamis é fofa e carinhosa. O cara está apenas se reorganizando. Aí é sussa. Tá valendo. Aproveita faz aquela amizade com a sogra. Adoro.

Divorciado?

Tranks. Não criemos pânico. Como ando visando lá pela margem dos 40, natural que já tenha casado e separado. A parada a ser analisada é: “minha ex é louca” Corre. Corre forte. Corre linda. Corre louca como a ex – pra longe.

Filhos? É ajudante ou pai dos filhos?

Na boa, eu sou de agregar, traz as quiança tudo e bota na mesa de jantar. Pede pizza porque não sei cozinhar. Seu filho, meu filho. Meu filho, seu filho. Tamo junto, bora criar uma aldeia, tomar cerveja no parquinho. Transar escondido. Fugir enquanto a galera assiste Peppa Pig. Já pensou na adrenalina? Aparecer depois com a cara vermelha perguntando se alguém quer gelatina? Essa deve ser a aventura mais eletrizante que um casal beirando os 40 com filhos pode ter. E outras mais. Só que essas só te conto ao pé do ouvido fazendo movimentos circulares com a língua.

Agora, se for do tipo pai ajudante, passo. Se for só pra rachar a conta da net e me largar na mão ouvindo a voz insuportável do Mickey Mouse, tô passando.

Cozinha? Carlos, não é por nada não, mas se você cozinhar vai ser muito perfeito. Não que eu não goste, mas sou uma negação na cozinha. Pra você ter uma idéia, sábado, fiz uma guacamole. Postei até no instagram pra dar aquela pinta de cozinheira. Segui a risca a receita. Resultado: a guacamole me fez rainha e todo o resto saiu mole – se é que você me entende… É claro que esse ítem não é descriminatório como os anteriores, mas ia ser muito sensacional.

Em contrapartida, o que sei de mim, é que faço uma boa massagem e piadas fora de hora.

Sou bem resolvida – não largo a terapia – e sei que 50% da tua ausência é culpa minha. Faço cena. Sou artista.

Me conforto na tua espera. Me inspiro na possibilidade de você chegar. Elaboro mil exigências. Mesmo sabendo que amor, amor mesmo, não é coisa de se controlar.

 

Feliz Dia dos Namorados!

 

Se você não conhece Carlos, clique aqui Uma Partidona Solteira no Dia dos Namorados

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