Me encontro na forma mais roliça que já estive na minha vida. É bem mais que uma melancia transgênica ou uma jaca de cobertura lisa e humilde. Carrego uma bola gigante contendo um potro que com apenas 34 semanas apresentava 44 centímetros, ¼ do meu tamanho dentro da minha pança. Me encontram e dizem que só tenho barriga e peitos. Muito peito. Há pouco tempo, cansada de parecer a Fafá de Belém de silicone sem vergonha na cara, fui comprar novos sutiãs e uma parte de cima de biquíni pra poder ir à praia com elegância e dignidade. Fui na Marisa porque sou mãe solteira e me nego a pagar uma parte de cima gigante na salinas. Super empolgadinha, peguei tudo tamanho 42, visto que meu tamanho normal era 40. Entrei na cabine e? Não coube porra nenhuma e eu continuava a me identificar com a Fafá. Vocês vão rir, eu vou rir também, agora, mas eu quase chorei no dia. Muito contrariada peguei o 44 e me senti uma vaca leiteira. Depressão total de colocar aqueles airbags amassados e reprimidos naquele sutiã rosa de bolinhas brancas xexelento com presilhas que soltam para amamentar. “É o fim do meu sex appeal”-lamentei. Amigas que já emprenharam ainda me consolaram: “quando nascer seus peitos ainda crescerão mais”. Ah má vá, neh!

Entre as coisas roliças que ficaram mais roliças no meu corpo, incluo minha busanfa que de cara ganhou uns 7cm de quadril quando eu era apenas uma gravidinha de 4 meses. Me recuso a medir agora com 8 meses, mas imagino que eu esteja páreo duro (ou mole) com a Carla Perez. O negócio tá feio pro lado dela!

Concluindo, eu tô super roliça. Redonda. Esférica. Balonesca. Até minhas bochechas voltaram, com tudo, após a orgia gastronômica do chá de fralda. Eu sei, vou perder tudo isso rápido blá blá blá. Porém, uma coisa que eu não sabia, ou melhor, me alertavam e eu não acreditava, é que imaginar que falta pouco pra perder minhas formas esféricas dá uma certa melancolia. Não, não é tão ruim assim ter um kinder ovo gigante dentro do qual o brinde é um bebê. Caramba! Eu sou um kinder ovo com um bebê de verdade, tem coisa mais linda? Eu amo minhas cachorras e elas nem saíram do meu útero, como pode ser o amor de um kinder ovo próprio? Que se danem os peitos tipo Fafá, a bunda gigante, o caminhar de pinguim, a respiração ofegante! Eu sou um kinder ovo humano, poxa! Não se é kinder ovo toda vida ou todo ano, vou sentir falta sim. Vou sentir falta das pessoas que me olham na rua sorrindo, dos amigos e até apenas conhecidos que se arriscam a beijar minha barriga antes mesmo de me beijar (eu gosto), dos carinhos amorosos na pança, dos mimos, da surpresa alheia quando meu filho se mexe e deforma a barriga, dos presentinhos, das palavras de carinho e força. . . Vou sentir saudade desse estado santifcado que exige cuidado, pois gera uma vida inocente que precisa de amor e proteção.

Que venha o Bento e me mate com outras saudades!

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