Ao meu doce distante amigo

O nosso amor só é realidade em sonho
Pois, na realidade ele não passa de um devaneio
Um caso possível
Uma química incrível
Um laço indestrutível.

Nosso “lance” é impossível, meu doce distante amigo
Minha tristeza inevitável
Meu sentimento inabalável
Minha voz sussura: inacreditável…

Esperei tanto tua chegada
Teus olhos nos meus
Tuas mãos nos meus cabelos
Tuas explicações do mundo…

Esperei e contei cada segundo
Busquei você em tudo que pude
Sonhei até que te encontrava
Pulava em teu pescoço
Te deitava ali mesmo no meio fio da rua
E te beijava…
Como eu te beijava…
Meu corpo inteiro exclamava: Que saudade! Que saudade!

Cheguei foi tarde…
Sou uma maçã, na verdade
Nem um pouco mocinha da história
Uma mulher a galopar um cavalo selvagem
Te olhando com um olhar distante
Querendo te perguntar: Vai pra onde?
Me deixa ir com você…

Mal virei o cavalo e te via cada vez mais longe
Cada vez mais sonho
Cada vez mais fantasia
Cada vez mais devaneio.

A verdade pesa dura com seu silêncio
Seu sumiço cai suave como proteção
Sua sinceridade que machuca me desce queimando: consideração
A realidade crua, impiedosa, chega devastando tudo
E acaba com qualquer tipo de ilusão.

 

Foto: Cris Lustosa

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