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Adeus temporário ao meu tanquinho…

Minha barriga começou a crescer essa semana.
 Foi assim, no ano novo comi por 5, apesar de estar grávida de um só. Comecei a semana achando que ainda estava estufada pela quantidade de comida. Melhorei minha alimentação, meu peso diminuiu, minhas bochechas murcharam, parei de sentir que tinha um boi no estômago, mas continuou ali uma pochetinha. Pochetinha dura, saca? Quando eu relaxava a pochetinha então, ela virava uma minibag wolner. Tenso. Tenso, na verdade, enquanto eu ainda achava que era comida e pum. A partir da quarta feira dia 4 de Janeiro, me convenci de que eu andava chamando meu filho de pochete, pum e panetone. Coitado. Já o imagino, mais tarde, fazendo uma sessão de regressão para se tratar de compulsão alimentar, de olhos fechados e chorando “-Eu tô no útero da minha mãe… Tenho 2 meses e alguns dias… Ela acha que sou um peido fedorento… Buáááá!!! Eu não sou um peeeiiidooooo!!! Eu não sou um brownieeee! Eu sou filho delaaaaa!!!.” Minha descofiança quanto à origem da minha pancinha já pode ter causado traumas na criança. Depois de quarta, passei a semana conversando com o baby dizendo “Mamãe sabe que é você, tah? Aquela parada de panetone era brincadeirinha. Mamãe te ama, mamãe te ama.. Lembre disso quando você tiver 15 anos e resolver achar que tudo que eu faço é errado, ok?”. Não só comecei a trabalhar a criança psicologicamente, como comecei com aquele tick que toda mulher grávida tem: alisar a barriga. Cara, é inevitável! Há duas semanas atrás, eu olhava minha prima alisando a barriga parecendo o Seu Boneco da escolinha do professor Raimundo e ria, pensando que eu não ficaria com esse tick podre. Sei lá porque mas eu achava esquisito. Agora, me pego deitada vendo TV segurando a barriga como se ela fosse cair. Ou então, na fila do mercado, colocando a mão no baixo ventre pra garantir que ainda a possuo. Além disso, comecei a sentir um orgulho imensurável. Esse não tenho como explicar. Tem que passar por isso pra entender. Minhas amigas com seus filhos pequenos dizem que sentem saudades da barriga delas. A de grávida, claro. Nesse momento eu as entendo. Fico mostrando pra todo mundo e nem penso em roupas largas, apesar de que, pelo seu tamanho de iniciante, possa ser confundida com gordura localizada. Gordura localizada é a mãe! Viu filho, mamãe te defende. 
Daqui pra frente é tomar fermento, perder os quadradinhos, perder a vergonha e me orgulhar dessa figura que cresce na minha pochete (ops!), barriga.  Figurinha que acima de tudo, vai me dar acesso à fila preferencial no mercado e no banco (ontem, entrei na primeira fila preferencial  da minha vida. Estufei seriamente a pança e pá!). Figurinha que vai fazer com que as pessoas não me recusem comida (ahá! medeibem.com.br). Figurinha que vai fazer com que me cedam lugar para sentar. Figurinha que vai fazer com que os outros se sintam mal, culpados e amaldiçoados caso me contrariem (ahá de novo!). Figurinha que já está me fazendo uma pessoa melhor, ou pelo menos querendo ser.

Grandes mulheres

O que me acalenta é saber que grandes mulheres foram aquelas que fizeram o que os outros desejavam mas não tinham coragem. Elas sofreram críticas severas, mas não deixaram de seguir seus caminhos.

Hipocrisia

Hipocrisia verbalizada pra mim é pior que falta de educação.

Gente hipócrita é corrigida pela vida. Pois a vida não tem pactos com falsas verdades. A vida não perdoa. A vida é uma piada. Gosta de rir da nossa cara. Principalmente dos neuróticos com perfeição que adoram cagar uma goma!

Tenho medo de hipocrisia, prefiro acreditar na realidade da vida.

Wolwerine, meu amor, volta!

Há 48 horas meu gato, o Wolwerine, sumiu. A princípio estava tranquila: gatos saem mas voltam. Procurei em armários, bolsas, buracos, casa de vizinhos e nada. Pensei que fosse birra. Viajei dois dias e há mais de uma semana andava o evitando, pois temia a toxoplasmose, doença que o gato transmite e pode dar problemas com o bebê. Agora, com 48 horas de sumiço, tô é bem triste… Ares, seu irmão que, em geral, é mais arisco e menos grudento, está por aqui super carente dormindo agarrado com as cachorras, miando aleatoriamente. E você, Wolwerine, que insistia em passar esse rabo sedoso na minha cara enquanto eu lia meus livros, onde está você? Você, seu falso, que dormia na minha barriga ronronando baixo? Cadê você, filho? Nem chegou na adolescência e já está dando uma de rebelde? Não me ama mais? Enjoou da minha comida? Brigou com seus irmãos? Filho, faz isso com a mãe não… Tô aqui doida especulando o que fizeram com você. Tô com medo de cê chegar machucado. Tô com medo de cê tá sendo maltratado…
Filho… Volta pra casa… Sua família -eu, Shell, Pucca e Ares- está te esperando! Volta!

Rapidinhas sobre gravidez

Uma pessoa legal e interessada pergunta:
– Fernanda, como vai a gravidez?
– Em fase de embolotamento.- Respondo eu me fazendo de engraçada, porém muito mas muito bolada mesmo de estar engordando.

Outra pessoa dentro do grupo imenso de pessoas legais que conheço me pergunta no fim, meio sei lá, de uma festa de ano novo:
-Já vai embora, Fê?
-Sim, vou fazer o que mais aqui? Tô sem álcool, grávida e com meio quilo de empadão pesando no meu estômago.- Respondo eu com a pança estufada parecendo estar com uns 7 meses de gestação, sóbria e com os olhos vermelhos de sono.

Essa é uma das minhas preferidas. Rio sozinha quando a uso. Pena que não dá pra usar duas vezes com a mesma pessoa.
– E aí, Fê (Fernandusca, Nanda, Fernanda, Fernandinha, Pit, Monstra e etc) como você tá?
-Grávida.- Respondo séria caindo na gargalhada internamente por ter tido a idéia brilhante de responder isso.

Uma pessoa legal e interessada mas meio desconexa com a realidade de uma gestante de 2 meses comenta:
-Nossa Fê, já dá pra ver as entradinhas da sua barriga.
Respondo eu triste, prestes a desiludir a pessoa.
-Não, não. São gases.
A pessoa ri, acha que é piada.
-É sério! Eu como e nada desce nem sobe. São gases. Quer que eu solte um pra vc ver?

Vó, vamos fazer o pavê?

Vó,
Será que essa melancolia virá todo ano? Ano passado foi o primeiro Natal sem você, esse será o segundo. Até quando continuarei essa contagem sinistra? Inevitável me emocionar ao lembrar da gente montando árvore, molhando os biscoitos do pavê, escolhendo a roupa da noite. “Vó, me empresta aquela sua pulseira?” A essa altura eu já tinha fuxicado o presente de todo mundo (rs). Dia 24 sempre dá praia e eu sempre dava um mergulho pra renovar as energias. Acredito que não há nada melhor que água salgada pra limpar baixas energias. Voltava pra casa correndo. “Nanda, vc vai se atrasar, minha filha! Nanda, não quer passar um blush? Nanda, quer que eu te faça um penteado?” Porra, Vó! Como é que você me vai embora assim? Você tinha que ser eterna, nossos natais eternos! Essa bosta não faz sentido sem você! Não faz! Esse é o segundo ano que penso em me enfiar num mato e não falar com ninguém até chegar Janeiro. Vó, como fica o almoço do dia 25? Você era a alma disso tudo aqui! Quem vai anunciar a entrega de presentes e desencadear risos? E as coisas sem noção que você dizia dignas de irem pro Cachimbinho, jornal da família do meu avô? Detalhe: você é separada do vovô há anos e é tão querida pela família que nunca deixou de ser membro.
Vó, eu queria ser quem eu sou agora pra ter te dito isso tudo quando você estava aqui. Se eu te encontrasse hoje, ia te abraçar e te apertar de um jeito que seus olhos verdinhos ficariam vermelhos e sua pele branquinha ficaria roxa.

Saudades eternas da neta que te ama

Nanda

Felicidade

Tente ser feliz ao invés de tentar ser perfeito.

Amar para ter

Vivemos em sociedade e o sentimento de pertencer é permanente. Sabemos que existem regras e padrões a serem seguidos. Alguns embasados numa necessidade de organização, outros sem fundamento algum. Ou talvez embasados numa necessidade de organização tosca e que não temos a necessidade de cumprir.
Devemos casar para ter filhos. O normal é que haja um casal que more junto e divida a pasta de dente para poderem ter um filho. Será que o “dever” para ter um filho não haveria de ser o amor? Quanta gente casada por aí por comodismo e faz filho achando que está tudo “certo” moralmente, e na verdade a criança nasce de um desamor ou de uma falta de força para seguir a vida? E filhos que vêm para salvar casamento e todo mundo acha lindo porque está dentro do determinado, apesar de saberem que nas internas está tudo demolido? Aí nasce alguém sem saber o que é pulsão de vida, bem diferente e até mais desconcertante que o comodismo e a estabilidade fria, porém, sem dúvida, mais feliz.
Felicidade interna e amor da alma nem sempre andam ao lado dessas regras idiotas. Quando eu tiver um filho desejo que ele venha de um amor, essa é a única exigência que faço. E que eu possa encorajá-lo a sempre buscar a felicidade dele, mesmo que o caminho não seja o mais fácil e o mais “bonitinho”. Sendo filho meu, isso não será difícil. Já vem no sangue.

Instinto

Lembro bem da minha infância em São Cristóvão cercada por animais. Incluo minha avó neste grupo. Era pra casa dela que eu ia todo final de semana. Era onde eu me dividia entre neta, muleca de rua e cuidadora de animais. Minha avó na época tinha algo em torno de 16 gatos, 2 cachorros, inúmeros galos e galinhas e um papagaio. Agora, você deve estar imaginando uma casa enorme de 10 quartos com um quintal imenso. Errado! Um casebre de 2 mínimos quartos com uma cozinha que só cabe uma pessoa e um quintal nas mesmas proporções. Conclusão, as galinhas chocavam em cima dos armários, as cachorras cuidavam de seus rebentos num cercado dentro do quarto, os gatos ficavam espalhados pelo quintal despretenciosamente e nós, eu e minha avó, dormíamos na sala. Lembro de uma galinha preta que acariciávamos enquanto assistíamos TV como se fosse um gato. Ela, provavelmente, se considerava um mamífero. Havia um galo, foi o último a morrer, que seguia a minha avó pela casa e, inclusive a esperava no portão, como se fosse um cachorro. Seu nome era Galo. Vi cachorro dormindo enroscado com gatos, amamentando gatos, brincando com filhotes de gatos como se fossem seus. Vi o que é a proteção maternal. Havia uma cadela em especial, a Miuxa. Uma doberman-lata gordinha e muito da braba que me viu nascer. De repente, ela se considerava humana e minha mãe. Ou sabia que era cachorra e me considerava seu filhote canino. Miuxa ficava deitada na beira da escada enquanto eu engatinhava para que eu não caísse. Deitava-se embaixo do meu berço enquanto eu dormia e minha avó lavava roupa no quintal. Quando eu acordava ela se dirijia à minha avó para avisar. Eu e a Miuxa junto com Willian, o outro vira-lata, fazíamos uma cantoria pelas manhãs, eu uivava e eles repetiam. Achava que isso era normal entre cachorros, hoje tenho cachorros que não uivam. Miuxa foi quem mais me ensinou o que é o instinto materno. Espero que minha mãe e avós não fiquem ofendidas. Mas a expressão dela enquanto cachorro era muito mais pura. Haviam apenas duas pessoas que podiam tocar nos seus filhotes: eu e minha avó. Ponto final. Ela amamentava aqueles bebês com afinco, praticamente não saía do quarto. Eu via nela uma mãe 100% perfeita e dedicada, disposta a te atacar caso ameaçasse a integridade da sua cria. A Miuxa era brava, muito brava, mas comigo e com seus filhotes caninos era puramente amorosa e maternal. Eu fazia parte da sua matilha. Cachorros não matam filhos. Gatos não matam filhos. Galinhas não matam filhos. Galinhas ficam lá dia e noite aquecendo seus ovinhos. Podiam considerá-los apenas líquido e não se empenhar nesta função, mas não. Ficam lá os nutrindo com amor e o calor do seu corpo. Depois, eles racham a casca e nascem pra vida. São ainda ligados à sua mãe, a seguem o dia todo.
O que entendi de toda aquela manifestação da natureza é que existe algo chamado instinto animal. Nós humanos também o temos, viemos com mais inteligência, mas não por isso com menos instinto. Nisso tudo incluo o instinto materno de proteção, de amor e preservação.
Posso dizer que tive os ensinamentos das “mestras”! Agora só preciso seguir.

Palavras da minha avó

Não esqueça das suas origens…
Eu tive 5, sua mãe 4, sua tia 2, sua outra avó 4.
A família é parideira. Te cuida!

Agradecimentos à minha família

Um agradecimento especial no dia de hoje à minha família imperfeita.
Obrigada por não terem me dado falsas expectativas de que eu seria perfeita.
Obrigada pela minha liberdade de ser QUEM EU SOU. Obrigada pela liberdade e a falta de medo de ser transparente com os meus erros.
Obrigada por não me fazerem temer que não me amem mais caso eu não corresponda ao esperado.
Obrigada por não esperarem nada além de boa fé.
Obrigada por me mostrarem seus defeitos para que eu pudesse saber que as pessoas que me amam são humanas e não super heróis.
Obrigada por me ensinarem a lidar não só com pessoas, mas com situações imperfeitas. Vou bem no desconforto, não vacilo.
Obrigada por terem em algum momento me magoado, outro momento me perdoado e sempre me amado. Obrigada por embutirem em meu caráter que vergonha é a falta de caráter, vergonha é a maldade, vergonha é não ser fiel ao meus sonhos, às minhas alegrias.
Obrigada por me dizerem de forma suave “que se dane a moral”, tudo isso não passa de hipocrisia que essa gente encontra para meter o dedo na cara do próximo e se sentir superior.
Obrigada por me fazerem uma pessoa amorosa, uma pessoa do bem, sem excessos, sem fingimentos.
Obrigada à minha família por ser torta mas sincera, torta mas real.
Obrigada!

Louva-Deus

Dá pra te pegar no colo e fazer cafuné?
Enxuga estas lágrimas não foste feito pra ser triste
Nem para estar
Enxuga porque a vida é curta, seu coração é grande
Há muito ainda pra caminhar
Pra perdoar
Pra amadurecer
Perdoe-te
Não espere que alguém o faça
Perdoe a ti mesmo
Perdoe a mim pelos meus 50% de culpa das tuas lágrimas
Banco as minhas
Não banco as tuas
Parecem farpas picando meu coração
As ouço com tremor, palpitação e dor
Creia. Muita dor.
Perdoe
Não foste feito de ferro
Não foste feito de tristeza
Ninguém tira o brilho conquistado por uma vida com um erro
Será que é erro?
Será que um dia sentaremos no Arpoador e riremos disso?
Ou será que o que está por vir acabará nossa amizade ainda jovem?
Já disse, mas vou repetir caso duvide
Sou tua amiga
Não chore
Não duvide da sua honra
As pessoas criam os próprios sofrimentos
Não se torture
Encha seu peito de ar com a doçura que te foi concedida e deixe que ela acalme seus pulmões
Respire…
Sossega tua alma
Peça a proteção dos teus
Pedi dos meus e aqui estou mais uma vez dando a cara a tapa ao te escrever
Quero que seja feliz
Com migo sem migo
Quero que seja feliz
Durma pois, em breve, acordaremos com pássaros cantando em nossa janela
O monstro que nos amedronta agora se tornará um louva-deus que estava a se debater atrás da cortina
Estava escuro
Não conseguíamos ver
Mas a luz acendeu
Estamos a gargalhar do nosso medo
Fica bem
Nada pode ser suficientemente feio pra te deixar assim
Fica bem

Linhagem

A minha linhagem é de 3 pra cima. Me esqueci disso quando resolvi ser menina.

Mario Lago

“Gosto e preciso de ti,
Mas quero logo explicar,
Não gosto porque preciso.
Prec…iso sim, por gostar.”
-Mario Lago, multiartista que hoje faria 100 anos.

Dias assim

Hoje, as coisas estão esquisitas. Essa sensação de você, apesar disso, já me é conhecida.
Hoje, eu tive vontade de escutar sua voz. Tive vontade de ligar chorando e dizer que queria que estivesse aqui de fato.
Queria ter mais você do meu lado. Queria saber sua opinião pra um monte de coisas. Queria dividir o edredom.
Percebo que o que sinto é real principalmente quando tenho vontades simples e que elas todas incluem você. Na maioria das vezes prefiro pensar que a vida quis assim e que tenho algo a aprender. Dias assim fica difícil ter alguma preferência. Longe, sem ouvir sua voz, sem sentir seu cheiro, sem saber de você, eu continuo com a certeza de que sou completamente apaixonada. Dias assim só me dão vontade de chorar mesmo. Ainda que a vontade real fosse de chorar no seu colo. Quando tô assim leio suas mensagens, sua poesia fantasiada de comentário de blog. A desilusão desse instante é tão forte que acho que é mentira. Não confio nas tuas mensagens nem no gosto do seu beijo.
Não confio nem mesmo no que penso. Pois penso que era pra gente estar junto.

Prefácio livro "Mulheres que Correm com lobos"

“Todas nós temos anseio pelo que é selvagem. Existem poucos antídotos aceitos por nossa cultura para esse desejo ardente. Ensinaram-nos a ter vergonha desse tipo de aspiração. Deixamos crescer os cabelos e o usamos para esconder nossos sentimentos. No entanto, o espectro da mulher selvagem ainda nos espreita de dia e de noite. Não importa onde estejamos, a sombra que corre atrás de nós tem decididamente quatro patas.”

EU SOU SELVAGEM PORRAAAAAAA!