Continuando as apresentações da família.

Já apresentei Pucca, a primopugênita.

SHELL, a obsessiva

Quem não acha graça num bulldogue francês? Eu olhava pra eles e pensava que Pucca devia ter uma companhia. Foi aí que veio a Shell, minha primeira -também planejada como única – bulldoga francesa. Comece a pensar na primeira informação. Shell, com um certo atraso no aprendizado em comparação à Pucca (segunda filha, menos tempo, energia e paciência), era bem diferente da irmã mais velha. Primeiro, na quantidade de energia. Segundo, no código de acesso. Quer deixar Shell feliz? Jogue bola até ela ter um ataque cardíaco. Nunca aconteceu. Você cansa antes. Pra parar com a brincadeira, tem que sumir, senão ela senta na sua frente e te encara até você ficar sem graça e lançar de novo a bola. Ela não desiste. Shell não fica sem graça de perturbar os outros. Terceiro ponto, Shell é suja. Rola no lixo, come cocô se der na veneta, peida fedorento e, se você jogar a bola dela na lama, ela pega. Masss, pra tomar banho, é um dilema. A bicha treme inteira, se esparrama no chão feito lagartixa, foge, abaixa a orelha. Só falta escorrer lágrima. Se for banho de Pet Shop, ferrou. Ela rosna, late e ameaça sério. Toda sua bobice de pegar a bolinha some.

Shell engravidou um pouco depois de mim. Pariu em dois meses, eu em nove. Teve quatro filhos, eu um. Pariu em casa e eu no hospital. Admiro Shell e todo o seu emponderamento. Salvei Shell de uma cesariana, falam por aí que buldogues morrem parindo por vias normais – Shell está aqui, nesse exato momento, me encarando pra jogar sua bola verde babada. Não só pariu naturalmente, como não amadureceu nada com isso e continua só pensando em bolas. Inclusive, quando destruiu meu jardim para dar cria, levou sua bola favorita pro buraco. Ela é obsessiva de verdade.

Da família, ela é a guardiã. Não deixa ninguém que eu não a apresente, chegar perto de nós. Depois de ser mãe, esse instinto ficou mais aflorado. Não é à toa que as fêmeas defendem a casa.