2 de abril de 2013

Fico pensando o que vai acontecer quando eu voltar a dormir 8 horas por noite. Há 4 meses atrás, era impossível imaginar que eu estaria fazendo o que faço hoje dormindo no máximo 3 horas seguidas. Minha sensação era que depois de uma noite dessas que Bento suga todo meu leite, minha alma sairia pelos meus mamilos.

Voltei a remar e tudo que eu sonhava e vislumbrava de um retorno não rolou. Nem um cafezinho pra dar aquela animada antes do treino rolava. Tiveram dias que meu corpo estava lá, no automático e minha cabeça, pensando no meu filho, me dando bronca “O que que você está fazendo aí, sua maluca? Você está morta e seu barco anda pra trás. Abre mão dessa porcaria!” Só pensava em tudo que havia planejado durante toda minha gravidez. Voltar a remar, voltar a remar. Chegava em casa e via meu bebê, coisa amada… Dava pra entender porque aquilo tudo estava acontecendo. As prioridades eram e ainda são outras. Minha simbiose com Bento estava no mais alto grau. Fato que ela vai reduzindo. A cada mês nos separamos mais. Ele tem medo e eu também. Dizem que isso faz o bebê acordar mais à noite, saudade, medo. Provavelmente, eu sinto isso tudo também, mas exponho de maneira menos primitiva. Talvez, na minha loucura, eu fique esperando Bento acordar no seu berço para vir para minha cama. Às vezes, ele dormindo, estica sua mãozinha pra tocar em mim e garantir que estou ali. Minhas olheiras estão lá, gritando, mas meu coração enche de ternura. Recentemente, meu estado físico e emocional nos treinos começou a melhorar, tenho me sentido mais animada para aumentar a quilometragem. Aos 6 meses, comecei a introduzir os alimentos pro Bento, consequentemente, as mamadas reduziram um pouco. No início, acho que eu mesma retardei esse processo, Bento não queria comer, chorava chateado com aquela colher colorida indo para sua boca sem motivo e voava nos meus peitos para mamar. Introdução de alimentos é só mais uma etapa de separação, eu não sabia lidar. Ele começou a comer mesmo há duas semanas, quando comecei a comer junto com ele. Deixei ele degustar minha própria comida, sem colher (!), minha mão levava até a boca dele. Permiti também que pegasse os alimentos com as mãos. Claro que no final tínhamos abóbora nas orelhas, inhame no cabelo, ovo no joelho, mas deu resultado, agora ele abre a boca para colher colorida. Dar de mamar durante o dia virou sobremesa! Ainda presente sem me consumir tanto. De madrugada, ele anda recuperando o tempo perdido, piorou seu padrão drasticamente, acorda de 2 em 2 horas, 1 em 1. É muito puxado, acordo esgotada. O que entendi de mais essa mini separação, é que um dia Bento terá pentelhos, chulé e a vida dele. Eu tenho que pensar um pouco na minha. Tenho ido remar sem me culpar tanto, sabendo que estou plantando algo pro meu futuro, que obviamente afetará diretamente, e espero que positivamente, meu rebento.

Desejo muito minhas 8 horas de sono. Desejo, pois creio que vá melhorar meus treinos, meu trabalho, meu humor! Mas, agora, aqui escrevendo, de cabeça fresca, menos irritada, desejo antes de tudo, trocar muito amor com meu filho. Desejo que ele saiba que eu estou ali e que, independente de qualquer separação, sempre estarei.

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