18 de agosto de 2014

Culpa.

Em geral, quem lê o meu blog ou minha Fan page comenta que acha leve a forma que encaro as dificuldades da maternidade (aquelas comuns a qualquer cuidador) e da maternidade solo (aquelas que só uma mãe solteira passa).

É o que se vê. É parte do que é.

Mas deixa eu contar, não coloque essa capa vermelha antes de saber. Tem um sofrimento aqui dentro. Ainda tem. Uma culpa. Um choro que pouco sai. Fazem 2 anos e 9 meses e ainda sinto que me debato nas águas turbulentas do susto de, de repente, ser mãe. Só.

Escute, ainda estamos cicatrizando.
Ainda estamos aceitando que somos diferentes. Estamos desconstruindo a família do comercial de margarina. Quem não queria a ser? Ser diferente é legal, mas ninguém quer. Campanhas e campanhas contra o preconceito às diferenças e muitas vezes, esse preconceito está dentro da gente.
Ser diferente é passar pelo crivo da aceitação social. Somos bons, somos maus, somos corajosos, somos covardes, somos pais de verdade?

Ah, somos. Se somos.

Tem um choro calado aqui. Que aparece em inusitadas situações. Como ao ler o livro da coruja bebê procurando a coruja mãe. Sou mãe. Ah, sou.

Aceito a diferença da família que tenho porque o dia a dia me impõe que o amor seja – e é – maior. Mas quando paro, me pergunto: como conserto essa diferença?

Silêncio.

Cicatrize, Fernanda. Cicatrize, família. Cicatrizem. Chega de pensar que não deram a família ideal ou a situação ideal para o seu filho.
Larguem a culpa, pois ela não lhes deixa ver a beleza do amor que os uniu.

Mais amor e menos dor, por favor.

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