8 de agosto de 2013

Essa noite contei. Só para me chicotear e sentir pena de mim mesma. Eu sei que você vai dizer que ele é lindo e tem saúde. “Não reclame!” Reclamo sim. Quantas vezes eu quiser.

22:35, 00:34, 2:36, 4:44. Foram essas horas que o Bento acordou. Sugou meu peito com violência, mesmo que eu oferecesse um suco de tangerina. Ele vinha pra cima do meu peito segurando minha blusa. Eu pegava o suco e ele dava um tabefe na garrafa. Rosnava. Quando eu cedia, vinha voraz no meu peito com todos os seus 7 para 8 dentes. O oitavo está chegando e me deixando completamente bipolar, esquizofrênica, histérica. Nessas fases de dente nascendo ele coça a gengiva no meu mamilo. Dói. E se não fosse minha atual humildade para com a situação falta de sono versus treino, eu não estaria aqui para contar estória.

Acho graça, numa semana que passou, eu estava no ponto de chorar de cansaço. Bento me torturou mais que o normal uns 5 dias. Fui pro treino implorando por misericórdia. Querendo um milagre para me fazer andar bem no barco. Ai, Fernanda, sua bobinha… Eu podia ter ficado em casa? Podia, mas isso não significa descanso pra mim. Remar é a única coisa que faço exclusivamente pra mim. Prefiro ir, sempre. Óbvio que o meu treino foi um cocô. Meu técnico veio me dizer que eu tinha que me esforçar mais, tava com cara de descansada. Porran… Só se for a minha bunda né? Não o julgo. Ninguém sabe o que é ficar 1 ano sem dormir decentemente. Não dá para eu chegar todos os dias para ele contabilizando quantas vezes eu acordei. Ou se chorei de cansaço. Ele nunca vai saber.

Das 8 às 5 am, a criança acordou 4 vezes. Dava pra ver que algo o incomodava. Não era um plano diabólico da parte dele. Mas eu também tenho sentimentos, ora. Já me aconselharam tirar a mamada noturna. Não dar o peito de meia noite às 6 am. Beleza, vamos lá. Adestrar a criança. Me dar qualidade de sono, descanso e maternagem. 6 horas seguidas de sono? Meu reino e minha alma por elas!

“Olha na terceira semana ele estará dormindo a noite toda.” Aham… A minha bunda mais uma vez. Fiz dois meses e dei 3 tapinhas no tatame. Problema 1: eu sou mãe solteira, não tem uma alma durante à noite sem cheiro de leite pra pegar o moleque e acalmá-lo. “Chame as amigas!” Ah, claro, elas trabalham e estudam o dia inteiro e vou chama-las para morrerem de sono. Problema 2: trata-se de uma criança de 13 kg. Faça um teste, acorde 2 am completamente bêbado, pegue uma anilha de 13kg se debatendo e gritando e dance. Problema 3: você sempre fica na dúvida se é fome mesmo. Problema 4: Bento é resistente. Já fiquei 2 horas com ele acordado e nada.

Essa noite, na terceira acordada, no quarto tapa na mamadeira de suco, olhei pra ele e disse: “Eu vou tirar o peito de você, ouviu? Não dá mais pra ser torturada assim. Acordar para ser mordida é maldade! Não vou mais dar peito, não vou!”

Ele me olhou magoado e mamou até dormir.

Nunca senti aquela frieza em mim. Do tipo tô pronta para desmamar.

Dormi. Ele acordou ainda 30 minutos antes do meu despertador – o que mata qualquer um de raiva.

Resiliente, o pus para dormir de novo e fiz meu café. Fria.

Ouvi ele acordando.

“Guencu, guencu, guencu…”

Subi as escadas e tava lá aquela coisa loira de cara amassada andando e falando.

“Cadê o amor da mãe?”

Ele deve ter pensado “Ufa, minha mãe fofa voltou”.

Eu volto… Toda manhã eu volto e esqueço minhas promessas. Sabe mulher de malandro? Sou mãe de malandro. Mesmo sem dormir, com a vida bagunçada e sem saber o que teremos para amanhã, eu volto. Não quero parar de amamentar. Só quero parar de não dormir para amamentar. Será muito?

Procurando soluções.

No final do arco-íris tem um miosan e um pote de sono de pelo menos 12 horas.

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