27 de março de 2014

Cresci muito próxima às minhas avós e o que aprendi com elas a respeito de sexo foi:

Nota: Se ninguém casa com você porque já fez sexo, não existe o período antes.

 

Concordo e acrescento que alguns deles têm poder de combater pílulas do dia seguinte.

 

Errata: o prazer é algo divino que, sim, podemos nos virar com outras coisas, mas nada que substitua um corpo pesando sobre o nosso – pelo menos pra mim.

 

O problema é seu.

 

E onde fica o meu caráter? A minha inteligência?

 

Prazer, me chamo puta.

 

Até eu encontrar alguém que eu queria uma vez, depois outra, depois outra e mais outras.

 

Essa é básica, né? Vó, respeito é algo meu por direito, ainda que por séculos tentem nos negar. Esse respeito é negado pra mulher pelada ou mulher de burca.

 

Por fim, exponho que minha sexualidade, ainda que novata, foi por um bom tempo tímida, amedrontada para que não tivesse a tal fama de puta. Ou que não estivesse fadada a inexistência de um príncipe. Mesmo que nenhum dos contos da Walt Disney batesse forte em mim. Não sou apologista da promiscuidade como se nela estivesse embutida qualidade ou felicidade. Sou apologista do gozo feminino, da liberdade feminina em viver o seu sexo. Sou defensora do corpo da mulher, esse lugar mágico que a sociedade tenta possuir como se fosse um simples jogo de WAR. Um território sem habitantes de corpo e alma.

 

A mensagem que minhas avós deixaram sobre a opressão que viveram foi:

VÁ CORRER COM OS LOBOS, FERNANDA.

 

Ainda bem que é como andar de bicicleta. A gente não esquece.

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