8 de março de 2013

Xingo essa vagabunda todos os dias… A vaca que teve a infeliz ideia de queimar o sutiã na praça. Queridinha, você entende que só nos fez ter mais trabalho?

Agora além de ter que cuidar dos filhos, da roupa lavada, da gripe do marido, de ter que chegar em casa feliz e sedutora, de ter ainda tempo para depilação, maquiagem, mechas, unhas, compras, ler um livro e estudar, você tem que trabalhar e simplesmente ser muito boa em todas as opções anteriores.

Brincadeiras à parte, que gente é essa, historicamente descrita como frágil, capaz de fazer tanta coisa ao mesmo tempo? Que dribla as horas, as olheiras, os sentimentos? Será que é gênero mesmo ou é raça, time, corporação?

Os dias passam, as horas voam, as coisas me acontecem. Conheço tantas mulheres que honram o fato de realmente terem peito, ou melhor, peitos! Não quero saber se são pequenos ou grandes, se moles ou duros, de silicone, com piercing. Mulher, mulher mesmo, tem peito. Assume as coisas, a vida, os medos, a família, os filhos. Mulher chora sem culpa. Abre as portas da represa. Chora. Deixa os homens embasbacados, sem reação. Mulher sabe pedir perdão, sabe dar a mão.

Mulher cria uma rede de apoio natural com outras mulheres. Trocam experiências, fatos, decepções, paixões. Crescem ainda timidamente em tribo.

Queima o sutiã bege pra depois comprar um preto de renda, que deixa os peitos lá em cima.

Mulher, bicho resistente. Já passou vergonha, preconceito, humilhação, e ainda levanta de manhã confiante de sua capacidade para achar um lugar no mundo, no trabalho, no coração de alguém.

Mulher brasileira que luta contra um machismo disfarçado. Que luta pra ter direitos sobre o seu corpo, sobre a forma que quer ter seus filhos. Parece tão simples ser animal, uma mamífera dando cria. Nada! Mulher, cercada pelo medo. Medo de não ser capaz, medo de ser agredida. Verbalmente, fisicamente. Às vezes, é xingada e nem liga. Pior pra quem fica!

Mulher sacode a poeira. Sacode os quadris. Sacode o mundo! Muitas vezes em silêncio, intuição.

Mulher do dia-a-dia. Não essa que colocaram na capa da revista, cores adulteradas, maquiagem de cinema, corpo esquálido. Mulher que tem curvas, celulite e unha encravada. Não essa boneca que passa na TV.

Admiro essa mulherada nossa de todo santo dia…

O que seria de mim sem as minhas mulheres, mães, amigas, irmãs, primas, tias, professoras? Eu tava é frita!

Nesse dia da mulher desejo a todas vocês amor no peito, sonho realizado e respeito, muito respeito. Pois, respeito é bom e a gente também gosta!

beijos em todas

 

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