Ontem, foi ao ar o programa Boas Vindas do GNT. Eu e Bento cedemos o ilustre momento do nosso encontro. Passou um filme na minha cabeça e me emocionei como era de se esperar. Lembrei da dor, muita dor. Se alguém me dissesse que eu passaria por aquela dor de novo, eu juro que entraria em pânico. Senti dor naquela intensidade porque ele não passava (não se assustem, mulheres!). Lembrei também da minha determinação que, em muitos momentos, se torna teimosia. Muitas amigas ficaram preocupadas comigo após a 40ª semana, sabiam que do jeito que sou, iria até o fim com o que acredito. Fui. Mas fui com responsabilidade. Fiz questão de estar com um médico da minha confiança, um cara pelo qual me apaixonei.
Fraternalmente. Ele tem formação em terapia, entende quando digo que me apaixonei e que me casaria com ele. Enfim, essa química é essencial para entregarmos nosso corpo e parte do nosso destino nas mãos de um médico. Não dá pra ser só na razão, do tipo ele é formado, já fez mil partos, tem experiência na área e por isso fará um bom parto. É muuuito mais que isso! Tem que ter química! Empatia! Doçura! Conversei com ele após o parto, disse que ele nunca poderia deixar de fazer aquilo como se fosse a primeira vez. Ele participa do momento mais mágico de uma mulher e esse momento mais mágico é o nascimento de um filho, não é o casamento. Não casei ainda mas sei. Pergunte a mulheres que fizeram as duas coisas. É unânime e, nesse caso, a unanimidade é inteligente. É só pensar que casamento termina e filho não. Ponto final. Eu fiz de tudo para ter o parto normal como desejava, mas a anatomia não me foi favorável, acabei numa cesariana necessária. Fui muito bem monitorada nas 27horas de trabalho de parto. Então, meu primeiro grande agradecimento vai para Francisco Vargas Villela, meu obstetra, o Xico, não o Xavier, pelo seu conhecimento, responsabilidade, segurança, doçura e empatia. Xico não tem pose de “médico sabe tudo”, não tem arrogância, respondia (e responde até hoje) todas as minhas perguntas com tranquilidade, isso facilitou muito minha entrega, tenho irritação com complexo de Deus de alguns médicos. Ele também me proporcionou conhecer outras pessoas especiais, os médicos da sua equipe. Bitu, o anestesista, cara com quem eu me casaria. Minha paixão por ele foi arrebatadora. Adorei sua doçura e sotaque nordestino. Ele era só o anestesista, não precisava ser tão legal. Mas era. Me explicou tuuudo que ia fazer comigo, tuudo que eu ia sentir e, quando fui fazer a cesárea, ele ficou fazendo carinho no meu cabelo e conversando comigo. O cara é mara. Não lembro de anestesista legal assim. Dra Maria Isabel, médica auxiliar, sotaque fofo nordestino. Não me casaria com ela por opção sexual, ou a falta de, mas também me apaixonei. Muito doce, tranquila, cativante. A Ju saiu de lá querendo ter filho com ela (rs). Isabel, a pediatra, que fiquei brincando que estava emaconhada, pois nem parecia que estava entre dois partos pela madrugada. Juro! Uma tranquilidade e uma serenidade incríveis. Só não continuei o acompanhamento com ela porque já tinha uma pediatra de família. Um agradecimento muito grande a essas pessoas! Continuando, tenho que agradecer à equipe do GNT que filmaram o parto com muito respeito e se tornaram parte dele. Em especial, agradeço a Milena Sá, câmera, que, em vários momentos, largou sua câmera para me fazer massagens, segurar minha mão ou acocorar-se comigo. Encorajou-me a noite inteira. Como ela teve uma experiência de parto humanizado natural, fez um papel de doula com muita espontaneidade e carinho pra mim. Nunca vou me esquecer desse amor espontâneo. Agradeço também à Duda, a outra câmera, super fofa. Agradecimento admirado ao André Weller, diretor do programa, que, com muita sensibilidade, me entrevistou e que mostra claramente o prazer de fazer esse programa. Agradecimento alegre à Amanda Taddei que entrou em contato comigo por telefone. Foi uma super ouvinte da minha história demonstrando também ter muito prazer de trabalhar com o programa. Todas essas pessoas trabalham com o momento mais mágico de uma mulher, não podem esquecer disso. Nunca. Tenho que agradecer a Julia Feitosa, minha grande amiga, que aceitou ser minha acompanhante nesse dia especial da minha vida e a foi em grande estilo. Não somos um casal gay! (rs) A Ju, com seu marte-plutão foi sangue frio! Me viu, por horas a fio, sofrendo e manteve sua calma, tentando me dar apoio. Tirou fotos, falou besteira, falou sério, segurou minha mão, me fez massagem, me deu água, deu informações pro pessoal que estava do lado de fora, checou minha perereca pra ver se aparecia a cabeça do Bento. Oi? Isso mesmo. Tem que ser muito mulher e muito amiga pra fazer um troço desses! E eu muito doida pra pedir “Ju, olha lá, vê se ele tá aparecendo”. Brincadeiras a parte, não esquecerei da hora que ele nasceu e ela se debulhava em lágrimas, foi lindo demais. Só a Ju mesmo pra segurar essa barra comigo! O que vivemos ali selou nossa amizade por mais algumas encarnações. Agradeço ao meu pai que confiou nas minhas decisões e disfarçou seus medos. Agradeço ao Zé, meu irmão e tio dedicado do Bento, que além de servir de pano de chão pra Perinatal, foi linha dura na resistência ao sono e ainda segurou a onda do meu pai. Mandou muito bem. Você nem percebeu, mas nos deu uma prova de amor. Agradeço à minha mãe que só chegou na hora que o Bento ia nascer pois sabia que ia enlouquecer todo mundo na perinatal (rs). Agradeço aos meus amigos que passaram a noite na Perinatal (tinha que ter sido filmado, pois aparentemente foi hilário): Mari, Nat, Juzão, Cris, Su, Dênis, Jhou, Tia Clarissa,Lila, Diogo. Esqueci alguém? Agradeço àqueles que rezaram por nós e nos enviaram energia positiva. Sentimos sua proteção de lá. Obrigada a todos. Talvez vocês esqueçam desse momento, mas eu NUNCA vou me esquecer! 🙂 (só para constar: escrevi e não revisei. Tá tarde)

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8 Comentários

  1. Nós te amamos muito e faríamos tudo isso de novo quantas vezes fossem necessárias. Bjos da Juzão.

  2. Lindoooo,
    já está pronta pra escrever um livro. Esse Bento ainda vai ser autor de tantas outras histórias. Amei o texto, parabéns!

  3. Ah que linda! Nós é que temos que agradecer a você, por ter nos permitido contar e mostrar um pouquinho da sua história e principalmente desse momento tão único e tão especial. Foi emocionante, sincero e lindo para todos nós. Parabéns por tudo, e claro, pela fofura que é o Bento! Ele já sente muito orgulho da mãe guerreira e batalhadora. Valeu a pena cada minuto! Com certeza nós também não iremos esquecer! Mil beijos! Com carinho Amanda Taddei

  4. OOII, minha amiga grávida carioca, sempre me falou pra ver ” Boas vindas” nunca deu certo..e quando fui ver me dou de cara com vc e o Bento..
    euzinha mãe solteira tbm, já chorei tanto.. vou ler o blog inteirinho.. obrigada por compartilhar disso tudo, que vives, que é tão bom, encontrar alguém igual agnt =)
    chorosamente! beijos pra ti e pro Bento

  5. Gabriela, vão-se os maridos, namorados, peguetes, ficam os filhos. Essa tristeza de agora vai ser superada pelo amor do teu filho e pelo tempo. Haverão outros amores, talvez outros filhos, mas esse é insubstituível. Não há nada de mal em ser mãe solteira. Sentimos solidão, mas se vc perguntar a mulheres casadas, muitas reclamarão dos seus parceiros. Logo, vc poderia estar acompanhada e reclamando tb, infeliz. Pense que vc tem a vc e ser mãe solteira é algo que nos fortalece muito! Chore o que tiver que chorar. Quando Bento nasceu eu chorei por tudo, por ele, pela gravidez sozinha. Mas ao mesmo tempo senti o meu próprio poder. Sinta o seu! Estamos aí! Espero que goste do blog!

  6. Fernanda querida, lindo seu depoimento.
    Toda mulher que esta parindo precisa de todo cuidado, amor e carinho. Dessa forma ela se sente segura e pronta pra enfrentar qualquer coisa. Vc foi uma guerreira durante todo seu trabalho de parto e eu fico muito grata de ter participado activamente dessa historia. Foi bom demais estar ali te vendo cheia de forças e determinação , de garra pra ter teu filho como vc sempre sonhou. Viveu as dores do trabalho de parto com dignidade, ao lado de todos nos, que estávamos te apoiando, mas vc é q estava segurando a barra de ser mae solteira e de estar tendo seu filho em pleno dia dos pais. Vc é forte e mostrou isso todos os momentos, um exemplo pra muitas mulheres. Ontem qdo vi o programa me emocionei relembrando daquela intensa madrugada em que acompanhei duas guerreiras simultaneamente e essas lembranças me deram muitas felicidades e orgulho de ter acompanhando dessas vivencias de tao perto. Essa linda historia esta apenas começando. Ser mae é a melhor coisa do mundo e vc vai ver que esse amor cresce a cada dia e com vc ele vai crescer ainda mais pq vc é mae e tb é pai do Bento. Tudo amor pra vcs! Tudo de mais lindo e muita luz.
    beijo grande, Milena Sá

  7. Obrigada Fernanda!!! Compartilhar tudo isso, simplesmente é um ato de heroismo. Continue sempre firme, forte e feroz,rsrsr.

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