16 de dezembro de 2014

Ontem, meu pai se meteu numa briga de namorados. O cara socava a mulher no meio da rua.
Gente passando e nada. Parou o taxi – cujo taxista também nada fez- e foi chamar a atenção do troglodita. Obviamente, o cara partiu pra cima do meu pai – coitado- que, pelo menos, conseguiu dar tempo da moça fugir. Meu pai entrou de volta no taxi e o cara pulou em cima do taxi, socando o carro e berrando “A mulher é minha!”. Meu pai, por sua vez, com o deboche que me é familiar, respondeu “Me mostre então seu título de posse!” Agarrado no taxi com o carro em movimento, cena digna de qualquer filme Hollywoodiano, meu pai socou a mão do sujeito para que largasse.

Por fim, o taxista o deixou em casa seguros e teve a mediocridade de sair para conferir se a JANELA estava amassada. Se alguém já viu vidro amassar sem quebrar, por favor, me avise. A mulher do meu pai, a pessoa que avistou o conflito de início e pediu para parar o taxi, pagou um esporro no motorista. Justo.

Meu pai me contou o incidente orgulhoso de sua atuação – sabe que a filha é feminista – e surpreso com a falta de atitude dos que presenciaram a violência.

Sobre este incidente e vários outros penso que:

1- A mulher não é sua, não é dele, não é de ninguém.

2- Na MINHA opinião, não ajudar uma mulher – ou qualquer outra pessoa – que esteja sendo agredida publicamente é omissão de socorro. Devia categorizar crime.

3- Fazer o que o meu pai fez é perigoso, pelo nível de agressividade, o cara podia estar armado. No entanto, isso não significa que você terá que ser omisso ao caso. Chame a polícia. Solte fumaça. Faça qualquer merda!

4- Se mais pessoas reagissem a esse tipo de coisa tenho certeza que não aconteceria com tanta frequência. Se acontece é porque tem muita gente por aí que faz vista grossa. Muita gente.

Se você acha que em briga de marido e mulher não se mete a colher, saiba que você é um apoiador deste tipo de violência.

Sua boca calada agride uma mulher a cada 3 minutos no nosso país.

Não naturalize a violência contra mulher, denuncie. Disque 180.

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