13 de fevereiro de 2013

Entenda uma coisa: uma mãe que se preze é um bicho neurótico. Tudo começa lá no início, você fica neurótica em perder o bebê. Claro que é uma neurose com fundamento, mas já vi mãe ser levantada do chão pelo marido porque não podia fazer esforço.

Se ela tivesse tido algum sintoma prévio que alarmasse para o risco de perder o bebê, eu entenderia, mas não, era pura neurose mesmo. Mãe é um bicho neurótico. Depois, é aquela loucura de aguardar a próxima ultra e ver se a criança está bem. O sexo, ih o sexo. A maioria que eu conheço sente que é menino. Nós somos machistas até na hora de tentar adivinhar o sexo do bebê indefeso. “Ah, todo homem quer ter um filho homem.” Ninguém pensa se a mulher quer ter mulher, vamos satisfazer o homem porque se você não tiver um filho homem, vai te jogar aos 7 ventos. Ishalá! Minha intuição foi boa, Bento já era Bento antes deu saber que seria Bento, sacou? Eu sa-bia que era menino e na minha neurose ficava tentando achar nome de garota, pois já imaginava que estaria rejeitando caso fosse uma. Ah sim! Mais uma neurose, a gente quando está grávida, acha que qualquer coisa que fala pode virar contra a gente. “Só quero saúde, Senhor, só saúde! Não me castiga!” Já imaginava Nhá-Benta na minha barriga virando Cássia Eller só porque eu a chamava de garoto o tempo todo.

O melhor é que seus hormônios estão dando looping na corrente sanguínea, você está gerando um ser que nem sabe qual será a cara, defeitos e qualidades e nêgo vem pra você e diz: “Relaxa, cara…” Não brinca que eu deveria relaxar? Impossível, porque gravidez só acaba quando termina e o produto final é seu filhote. Seu filhote. Você quer tuuuudo perfeito na criação do seu filhote, mais quilos de neurose.

Pra mim a neurose mais frustrante foi a do parto normal. Ioga, livros, palestras, vídeos, conversas, meditação. “Sai pela perereca, filho, sai.” Eu só falava de parto normal. Só. Tinha muuuita coisa para refletir e aprender, mas eu só pensava que queria e TINHA que fazer um parto normal. Tomei. Fui amaldiçoada e minha neurose me arruinou. Fiz uma cesárea que odiei com todas as minhas forças. Não adianta suavizar. “Seu bebê nasceu lindo”, “Se não existisse a cesariana vocês podiam ter morrido”, “Você passou por todo processo do parto normal dá no mesmo”. A pessoa quase responde: melhor era ter morrido!!! Esquece. Eu queria, não rolou e ficarei chateada para todo sempre, amém. Pura neurose.

Depois vem a amamentação. Amamentar exclusivamente até os 6 meses, amamentar exclusivamente até os 6 meses, amamentar exclusivamente até os 6 meses. No início, Bento ficava 45 min a 1 hora pendurado no meu peito. Dava um intervalo mínimo e voltava pro peito. Amamentar é muuuito amor e, no início, muita paciência também. Capacidade de abstração. Esquecer o mundo lá fora. Com 4 meses dava intervalo de mais ou menos 2 horas e com 5 m de 3h. Sempre deixei demanda livre, o quanto ele quisesse. A neurose era tanta que quando saía para ficar 2 horas fora, ficava me regulando para voltar logo e dar o peito. Mesmo que eu deixasse leite congelado na mamadeira. Meu peito se sentia trocado pela mamadeira e nós ficávamos ofendidos. Muito maluca, pode falar.

E a chupeta? Tive uma relação ambivalente com a chupeta. Não queria dar. “Já fiz uma cesariana, não vou me frustrar dando chupeta, o que vão falar das minhas convicções?”- o que uma coisa tem a ver com a outra??? Numa noite de desespero da segunda semana de vida, fui tentar dar, rezando para ele não pegar e bingo! Ele fazia cara de nojo e ficava mais puto deu tentar calar a boca dele. Zé Trovão! Ele gritava mais alto. Aí, adequei minha técnica, pingava uma gota de luftal na chupeta e dava. Molhava na funchicória e tome chupeta! Se ele não pegasse no sono naquele instante, cuspia e colocava a boca no mundo. Minha neurose ficava tranquila. Depois dos 4 meses desisti, até porque a necessidade de sucção só vai até os 6m. Eu já tinha sobrevivido ao caos sem chupeta, porque continuaria insistindo?

Vamos ao que interessa. Ontem. 12/02/2013, completei os 6 meses de amamentação exclusiva e minha neurose positiva de fazer todos os meus esforços para amamentar até a data se acalmou. Antes disso, Bento só tinha bebido leite materno e água do chuveiro que não conta. Ufa… Vamos lá, suquinho de laranja lima… Amanhã mamão, cenoura, beterraba. Nem preciso dizer o quanto estava ansiosa para que Bento entrasse nessa nova fase. Vai descobrir frutas, legumes, verduras, cocô fedido. Assim que ele nasceu e mamava muito, eu assumo que me sentia um tanto prisioneira. Era muita demanda. Agora, está muito tranquilo. Claro que a introdução de alimentos não vai descartar o leite materno, e até ele realmente conseguir engolir os sucos (cospe metade), continuará no mesmo ritmo do peito. Eu já disse, peito não é só leite, é amor. E esse amor ainda vai rolar pra ele por um bom tempo. Vai rolar pra nós.

Próxima neurose: amamentação até os 2 anos. Será que consigo? Diz que sim! Diz que sim! rs

 

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4 Comentários

  1. eu voto que você consegue!

  2. Oi Fernanda!!! Adorei!!! Ciça me falou de seu blog! super legal! O seguirei! Um beijo e….. PARABÉNS! (Beijo para Bento também!!!!)

  3. Beth

    Consegue, claro, e dou toda força. Não é à toa que o Bento está fortão e lindão desse jeito. Muitos beijos pros dois!

  4. Ana C.

    Parabéns!!!
    Põe fotos do Bento!!! rsrs

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