Fazem 5 anos e eu ainda não sei exatamente como ficar sem você.
Me pego contraindo o coração toda vez que vejo um bebê – e lembro de você bebê.
Toda vez que vejo uma criança agarrada no colo da mãe – e posso sentir seu cheiro.
Toda vez que vejo uma criança enlouquecendo os pais – e lembro da minha irritação, mas desse alto aqui que vos falo, acho a maior graça.
Porque é visceral pra caralho
Porque é um amor sem condições, sem tratos, sem possível término
E meu coração ainda que feliz por tomar meu rumo e lutar pela minha vida -que também é nossa- contrai-se contando os dias pra te ver.
Ah, meu bebê… quem dera que tua presença em meu peito fosse suficiente.
Entrei num ônibus e lá estava uma mãe a amamentar seu rebento.
Já fui eu e meu Bento.
Lágrimas escorreram de saudade e assim quebrei nosso trato de não chorar.
Você é a minha força.
A mãe veste um casaquinho no bebê preocupada com o frio.
Quantas vezes te vesti!
Depois, ela acaricia seu rosto e eu vejo você.
Fazem 5 anos e sua ausência bate quase com o mesmo impacto.
O choro vem forte e aqui estou a escrever.
Só pra dizer que mesmo longe, eu vim por você.