22 de maio de 2013

Continuando a saga…

A notícia já se espalhou. Todo mundo empiolhado. Me perguntaram por que é tão complicado fazer perguntas e dar conselhos a grávidas. Simples, no início da gestação, planejada ou não, a ficha ainda está lá na entrada da nossa cabeça, ainda não caiu. Podemos apresentar algumas alterações físicas, mas fica tudo no imaginário. Até o bebê ainda não existe, na ultra ele parece um feijão. Feijão tem um coração e a gente chora ao escutar. Se for mãe de primeira viagem então, danou-se! Você não sabe porra nenhuma do que está prestes a te ocorrer. Então, a grávida soube que é uma grávida há pouco tempo, está absorvendo aquela idéia, cheia de hormônios da loucura circulando. Vem uma pessoa de fora e começa a perguntar uma cacetada de coisas que aunda nem deu tempo de se preocupar. Por enquanto, só consegue se pensar “É, eu tenho um bebê na barriga. É. Um bebê.” Entendam também que o problema não são as perguntas/conselhos em si, o problema é que to-do mundo fala a mesma coisa e a gente tem que repetir as mesmas respostas. Sendo que esse “todo mundo” inclui gente que você nunca viu na vida e gente que não fala com você há trilênios. Ponto positivo? A gravidez resgata muitas conexões deixadas pelo caminho. Muita gente que estava sumida reapareceu na minha vida e eu gostei.

Minha barriga apareceu cedo, com uns 2 meses de gravidez. Foi depois do ano novo. Passei a virada sentada comendo empadão. Acho que o fermento do empadão funcionou bem pro Bento. Eu achava que estava inchada de gases do empadão, mas melhorei minha alimentação e a pancinha ficou. Nessa fase aí, quem não te conhece ou não sabe que você está grávida, nem comenta nada, acha que você só engordou e tá de pochete. A gente acaba falando pras pessoas pra pagar de gordinha. E aí, o que acontece? Perguntas. As top pra mim foram as seguintes:

 

– 2 meses com barriga aparecendo?! Você não calculou errado?

– Não, não. Tenho certeza.

– Num é possível… Tem certeza, deve ter mais um mês aí. – a pessoa insiste, quer saber mais que você, a dona da barriga e da perereca. Vontade de responder “Ei!!! Eu lembro quando dei caramba!”

 

– Que barriga enorme! Tem certeza que não são gêmeos.

-Tenho. A não ser que o segundo seja filho do Gasparzinho, pois ele não aparece nas ultras.

– Sabe que tenho uma amiga que só viu que eram gêmeos com 5 meses.

Ok, a brincadeira para por aí. Quando passou os 5 meses, fiquei aliviada. Era só um mesmo.

 

– Barriga enorme. Primeira gestação?

– Sim.

– Tem certeza? Normalmente, primeira gestação bota barriga mais tarde.

Isso mesmo, não sou normal. Já engravidei, mas tinha esquecido.

 

Andar com barriga na rua é parecido com passear com cachorros, as pessoas se aproximam para falar com você. Barriga e cachorro são itens sociais, você ganha amiguinhos quando sai com eles.

Uma vez, em Copacabana, andando apressada para minha aula de ioga, uma mulher me parou, pesou suas duas mãos na minha barriga e começou a rezar. Não tive outra reação que não fosse parar, esperar a reza da moça terminar, agradecer e continuar meu caminho rindo.

Outra inédita foi no banco. O Itaú do lado da minha casa tem a caixa preferencial no térreo e a caixa comum no segundo andar. Entrei com minha barriga de uns 4, 5 meses. Cara, era uma barriga de grávida respeitosa. Uma guardinha que fica na entrada viu eu me direcionando para caixa preferencial e gritou:

– Senhora, a caixa é no segundo andar!

– Eu sei. – respondi calmamente indo ainda para preferencial.

– Senhora! Aí é preferencial!

Me virei, joguei o quadril pra frente apontando a barriga.

– Então, preferencial.

– Ah! Desculpe, senhora, achei que fosse um mioma.

Oi?! Bom, primeiro que se fosse um mioma daquele tamanho eu teria direito à preferencial e segundo que… guardasse pra si que ela achou que minha pança era um mioma e não um bebê!

 
Uma outra, na fila preferencial do supermercado, uma velhinha me olhando com cara de pena, me deu a vez dela dizendo “Tadinha, tão novinha grávida…tsc tsc tsc.” Passei a frente, claro, e depois perguntei:
– A senhora acha que tenho quantos anos?
-Uns 17?
– hahahahahaha não, senhora, tenho 27.

Será que sou tão coitada assim?

 

Festa estranha com gente esquisita essa vida de grávida… E é só o começo.

 

Aproveito para deixar o link de um texto da Diana Schneider sobre Dicas de Etiqueta para usar ao abordar uma gestante. Vale a pena!

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