14 de fevereiro de 2019

Dia 11 de fevereiro de 2019 e uma pequena historinha pra vocês.

Hoje, fazendo keeping no clube, sofri um acidente. Keeping é aquela barra que crossfiteiro faz e que ajuda a fazer muitas barras de uma vez só. É tipo um impulso. Eu chamava de butterfly e não era pra menos, pois eu fui fazer e adivinha? Eu fly de butter narchon. (Joga no google se ainda não sabe do que se trata)

Então, estava lá eu fazendo o tal do keeping. Minha mão escapoliu e caí de bunda no chão e cabeça na parede – tinha uma parede de pedra bem atrás da barra. Assim, tatuei um “Y” de sangue na minha cabeça de cearense. Não lembro de dor, lembro apenas das vozes mentais dos meus anjos falando alguns palavrões pra mim. Fiquei imóvel.

Assim como o sangue, me desceu uma adrenalina que me deixou numa mistura de menina de 12 anos que não queria tomar injeção com uma pomba gira lôca que só fazia piadas em sequência de maneira inconsequente.

As pessoas ao redor olhavam assombradas falando de hospital, pontos, antissépticos e todo tipo de terrorismo. Mas eu…

“Não vou dar ponto porra nenhuma!”

“Qual é o nome daquela cola que os lutadores de boxe colocam na cara quando abrem alguma coisa? Preciso desse nome agora!”

Saí de lá sozinha pedalando – bike elétrica, se acalmem- pra buscar o moleque na escola. Prioridades, né mores? Eu havia prometido tomar açaí quando o buscasse porque, adivinha, o garoto está em adaptação na nova escola e só tem cruzado o portão mediante pagamento de propina.

Chegando lá, foi me descendo a ficha que tomar açaí de cabeça sangrando – e bunda doendo para caralho, que fique claro – não seria interessante. Tive que mostrar o estrago na cabeça e explicar que mamãe caiu e provavelmente – olha a voz da razão em si tomando seu lugar – ia ter que ir para o hospital. Ele foi da escola até nossa casa reclamando da falta do nosso açaí – sim, não funcionou a aula expositiva de Quentin Tarantino.

A muito contra gosto, fui para o hospital – nós é maluca, mas eu sabia que havia chances da cabeça de cearense não ter resistido e rachado. Sério. Foi um porradão. Caí de mais de 2 metros de altura e em movimento.

Chamei meu pai pra ir comigo para esse programão. Afinal, espirra uma gota de sangue e nóis tem 6 anos mais uma vez na vida.

Chegando na emergência do Miguel Couto, informei aos residentes que me atenderam que:

1- Eu vou treinar amanhã. Saibam.

 

2- Não acredito em bactérias.

 

3- Tá bom. Agora podem me avaliar.

 

Sorte minha, eles riram, só que eu falava bem sério.

Os estudantes analisaram meu cucuruto. Cortaram meu cabelo com bisturi (não deu tempo de ir ao Werner antes). Me deram 7 pontos discutindo por onde deviam começar, o que era cabelo e o que era o fio do ponto e se estava bom 7 ou precisava de mais. Sem contar a parte que a anestesia não pegava e deixei rolar só para eles terminarem logo. O fato é que riram bastante comigo, tiraram fotos e fizeram um look que só Gzuis na causa. Saí da sala com uma touca de atadura que fiz questão de fazer uma selfie para mandar a todos que estavam preocupados comigo. É claro que ela só ficou na minha cabeça até sair do hospital. Mentira. Quando saí do hospital varada de fome fui ao baixo Gávea comer um hambúrguer com meu pai vestindo a dita cuja para fazer um drama pra sociedade. Mas só durou até eu ir ao banheiro da lanchonete e ver minha cara ridícula no espelho.

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Seguimos a saga.

Apesar de eu não acreditar em bactérias, me deram antitetânica – de pé no meio da emergência – com as orientações da médica:

– Brenda, fura o braço dela rápido, não entra com a injeção devagar não!

E eu reforcei e encorajei Brenda:

– Brenda, tô contigo, hein? Vai de uma vez só porque meu deltoide é de titânio! – meus esfíncteres estavam todos contraídos, mas positividade é a chave.

Brenda de crocs rosa com brochinhos da Minnie sorriu e mandou bem na aplicação. Boa, Brenda!

Depois, circulando de touquinha pelo Miguel Couto, tirei radiografias e sim, a origem cearense e o ascendente em touro falaram mais forte: A CABEÇA É DURA E RESISTIU AO IMPACTO.

Pra finalizar, o neuro – gatinho- veio falar comigo pra me liberar. Perguntei se poderia treinar no dia seguinte e ele respondeu:

– Não sei se você vai conseguir, porque vai estar bem dolorida.

E eu:

– HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH… É. Acho que não vou conseguir, hein.

 

Dia seguinte com nada além de uma bunda dolorida e uma cervical travadinha,  remei 1 hora e 40 minutos e, não satisfeita, pedalei 1hora e 20 minutos.

Aqui é Ceará, irmão!

Aqui é remo, meu brother!

Aqui é 27 horas de trabalho de parto, mano!

 

 

 

Obs: o que aconteceu foi bem sério! A barra na qual fui fazer o exercício não era indicada para o keeping, pois era lisa. E mais, concussão cerebral é coisa séria! E podia ter morrido, sério. Tenho agradecido todos os dias por ter ficado bem. Respeitem as orientações médicas. beijos!

 

 

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