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Homem assim pega

A cara não era propriamente bonita, mas era máscula. Homem com cara de macho me pega. Pela calcinha. Os dedos grossos. Dedos grossos me pegam. Continue lendo.

Dia 9: dia de Jorge

Diário de viagem: 23/04/22

Essa foi a primeira noite que dormi bem. Sem meu carregador de celular, tive que dormir com o barulho do vento do rio, tal qual faziam os incas e os astecas. Fiquei incomunicável o que, às vezes, é bom pra caramba.

A lua certamente ficaria vermelha e ficou. Comemorei porque estava aberta a temporada de dormir bem e parar de encher os olhos d’água por qualquer motivo – até parece.

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Dia 8: o dia de Sônia, Suzete, Soraya e Samara.

Diário de viagem: 22/04/22

Acordei cansada. Os dias que chegam envolvem testes na água e muita coisa se passa em minha retina até aqui.

Da mulher que corre com os lobos à mulher que resiste com eles, acumularam-se emoções e volta e meia elas brotam na voadora. Ao contrário do que pensam a persona atleta não senta no barco sozinha. Senta todo mundo: você e todas as suas personalidades. No meu caso, eu, Sônia, Suzete, Soraya e Samara – das que conheço.

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Dia 7: o primeiro dia na pista

Diário de viagem: 21/04/22

Se estivesse chovendo, era pra fazer ergo.
Mal abri meus olhos insones, vi que pingava lá fora. Dava pra remar? Creio que sim. Mas achei melhor dormir um pouco mais e ir para o ergo.
O corpo, às vezes, te dá a deixa. Só que a cabeça amaluquece. Quando você se torna atleta, aprende o “treine enquanto eles dormem” repete isso mais de 10 vezes e se esquece de como é chutar o balde. Balde? Que balde?

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Dia 6: o dia Internacional da virada das pás

Diário de Viagem: 20/04/22

Acordei lenta sob efeito do relaxante muscular que, finalmente, me deu uma noite inteira de sono nessa TPM maldita. Além da insônia me encanta o barrigão de grávida, as pernas inchadas e o desejo de socar pasta de amendoim com dulche de leche pra dentro a cada duas horas. Às vezes, uma.

Entornei café preto pra dentro. Amo.

Ontem, perguntei ao treinador, de todos os defeitos que apresento no momento (uma coleção deles) qual devo focar agora, qual é o mais importante para eu não ficar loca pensando em vários ao mesmo tempo. Primeiro, ele me respondeu: “Mais louca? É possível?”. Acho que não. Mas é aquela coisa, sempre pode piorar. Tenhamos humildade. “La virada de las pallas”. Ok. A virada das pás.

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Dia 5: o dia do vira-lata da maloca argentina

Diário de Viagem: 19/04/22

Acordei e minha lombar estava revoltada comigo. Minhas pernas me lembravam da grosseria a qual as submeti ontem.

Meu sono, em geral, ficou muito debilitado depois de ser mãe. Mas na TPM… ah, na TPM ele fica especialmente tenebroso. A lôca dorme acordada quase uma semana antes de menstruar. Essa noite foi uma delas.

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Dia 4: teste de peso

Diário de viagem: 18/04/22

Acordei animada pra remar e colocar o que aprendi em prática de novo. Minha mente pede a toda hora uma certeza e eu preciso lidar com essa ansiedade. O esporte é um ambiente que lida com poucas certezas.

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Dia Trê: o dia do Veleiro que não estava parado

Diário de viagem: 17/04/22

Dormi bem na minha avaliação, mas o relógio me disse que não. Ele afere o meu sono e, em geral, tem razão. Comi uma tortilla de arroz com queso e a geleia de laranja que Pancho me deu. Esse troço de juntar português com espanhol é viciante. Aliás, acho uma perda de tempo o Brasil, apenas o alecrim dourado do Brasil, não hablar espanhol. Essa língua tão bonitita, fofita, chiquitita.

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Dôs: entrando no clima

Diário de viagem: 16/04/22

Acordei às 5:30, cansada, cagada de medo ainda, mas feliz porque o dia ia amanhecer – e vocês sabem, espíritos só perturbam à noite. Me pergunto por quê.

Sem saber o que esperar, desci pra treinar.
Saí a remar com uma junior de 15 anos, Sofia, cada uma no seu skiff. A conheci no dia que cheguei e pensei: novinha que fofinha. Sofia queria me degradar, me humilhar – só que eu ainda não sabia.

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Dia Uno

Diário de viagem 15/04

Acordei às 3:15 da manhã para estar no aeroporto às 4. Ajeitei as malas, os gatos, a chave debaixo da porta da vizinha, a mim mesma e fui. Não comi. No aeroporto, um cara da gol informava que haviam 2 documentos a preencher online, 1 a pagar e 10% da minha bateria de celular pra cumprir tudo isso em 20 minutos. Puxei o ar fundo – isso tem me ajudado. Respirar me ajuda. Consegui. A fome já dava os seus sinais. Tomei um todinho, comi a farofa de uma granola que levei e voei. Estava morta. Viajar pra mim é um estresse pré tão grande que penso em desistir de tudo. Bento, gatos e a síndrome da mãe culpada me arrasam. Fico sem saber o que há de tão grande a me mover praquilo tudo.

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A Chegada da Pucca

Meu nome é Fernanda e sempre amei os bichos. Desde que me entendo por gente. Sempre sonhei em ter um, mas não tive na infância. Vivi esse amor através dos bichos da minha avó que morava na zona norte do Rio. Sofri a perda deles, mas não como agora. Continue lendo.

Poluição

Aqui estamos eu e você novamente.

A garganta se inflama em tosse de tudo que tá preso. Mas aprendi que é feio dizer. Continue lendo.

Alive

Saí de casa pedalando pelos buracos das ruas descrente
Pensamentos invadiam e escapoliam na mesma velocidade
Olhar distante da realidade

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Nossa Dimensão

Rasga, lá dentro de mim, a voz que grita por seu nome
Enquanto, aqui fora, me mantenho muda

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Pra Sempre Borboleta

Há 6 anos atrás, eu era apenas uma mocinha sem fazer ideia do que vinha pela frente.

Era apenas uma lagarta inocente

sem saber a borboleta em que me transformaria. Continue lendo.

Palavras pequenas palavras

Uma mãe que se preza observa atentamente – pra não dizer ansiosamente – o desenvolvimento do seu filho. Qualquer ponto fora da curva é um receio. Cedo demais? Tarde demais? Queremos filhos normais e sadios, no entanto cada um tem o seu ritmo, o seu compasso, é importante respeitar. Criança não é iPad que muda a orientação da tela conforme você manda. Continue lendo.